segunda-feira, 10 de junho de 2013

Uma Noite Especial


Faltava um dia para o Dia dos Namorados e Carol ainda não comprou o presente de Marq. Qual seria o presente ideal para um vampiro milionário? O que ele gostaria de ganhar? O sangue dela, ela sabia que ele sempre o desejou, mas, mesmo que ela oferecesse, ele jamais aceitaria; então ela precisava encontrar um presente a altura do namorado urgentemente.


Carol andou pelo centro comercial de Cidade dos Anjos até os pés doerem em protesto; nada parecia combinar com Marq. Roupas, ele tinha uma imensidade; gravata, ele usava apenas em ocasiões especiais; perfume, ela não saberia qual escolher, ele apresentava um aroma peculiar e Carol não desejava altera-lo; Marq gostava de armas, mas dar uma espingarda a ele como presente de dia dos namorados não era nada romântico.

Frustrada, Carol arrastou os pés pela calçada de volta para casa; definitivamente aquele seria o pior dia dos namorados; Marq lhe daria um presente maravilhoso e ela ou não daria nada, ou o presentearia com o que? Um par de meias? Por que era tão difícil comprar presentes para homens?

As pessoas se amontoavam pelas calçadas e a abalroavam jogando-a de um lado para outro até deixá-la de cara com a vitrine de uma joalheria; o choque contra o vidro espesso, provavelmente blindado, causou um estrondo audível o bastante para chamar a atenção do vendedor dentro da loja.

Embaraçada, Carol acenou em sinal de desculpa, recolheu o restinho de dignidade e ao virar-se para seguir seu caminho, seus olhos se detiveram na joia exposta no canto superior esquerdo. O dourado do ouro refletia a luz solar, os ponteiros moviam-se vagarosamente através dos números em algarismo romano. Carol ficou hipnotizada pela joia antiga; ela era capaz de ver o namorado tirar o relógio do bolso, consultar as horas e dizer ‘Está atrasada, vamos perder a reserva no restaurante’. Carol riu do pensamento.

Ela ergueu a mão, deslizou os dedos pelo vidro como se estivesse tocando o relógio e comentou consigo mesma. “Você é perfeito, o presente que eu procurava.” Sem conseguir se controlar e não querendo perder nem um segundo mais, ela empurrou a porta da loja e se dirigiu ao balcão. O vendedor veio ao encontro dela.

— Quero ver aquele relógio de bolso da vitrine — Carol apontou, porém manteve o olhar no vendedor.

Ele pegou a chave, abriu a vitrine, retirou o objeto com tanto cuidado como se estivesse segurando um vaso de cristal e retornou ao balcão — É uma joia rara, antiga.

Carol não se atreveu a tocá-lo, apenas ficou de boca aberta admirando-o enquanto o vendedor continuava as explicações.

— É um relógio suíço de ouro maciço, a corrente também é de ouro. Trata-se de design exclusivo da Patek Philippe.

Carol nunca ouviu falar de Patek Philippe e de seus designs exclusivos; aquilo lhe soava como sinônimo de caro, muito caro, muito mais do que ela poderia pagar; Marq certamente poderia, ela não — Qual o preço? — ela foi direto ao ponto.

O vendedor consultou o catálogo, então veio a decepção — R$ 4500,00 — ele a encarou, expressão de quem pergunta ‘muito caro para você?’

Certamente, caro demais, todo o dinheiro que ela guardou para o vestido de noiva — eu tenho dinheiro, mas é para o vestido de noiva.

— Entendo — o moço apressou-se em devolver o relógio na vitrine.

Carol abaixou a cabeça e andou em direção à porta se sentido igual a um cachorro enxotado do açougue e parou em frente à vitrine admirando o relógio — não sou um cachorro que olha o frango girar dentro daquelas máquinas colocadas na calçada, eu tenho dinheiro, posso pagar pelo presente de Marq — ela desabafou para ninguém e retornou à loja.

O vendedor retornou; o mesmo sorriso estampado no rosto — posso ajudá-la? Deseja ver outros modelos?

— Vou comprar aquele mesmo; por favor, embrulhe no melhor papel de presente que você tem — ela sorriu para ele.

— Qual a forma de pagamento? — o moço pareceu não acreditar que ela podia pagar pela joia.

— À vista no cartão de débito — ela tirou a carteira do bolso e colocou o cartão sobre o balcão.

O vendedor sorriu tanto que ela pode ver os molares dele. Após quinze minutos lá estava ela de novo saindo da loja e carregando o bem mais precioso que ela já adquiriu durante sua existência.

Agora ela dormiria em paz; finalmente encontrou ‘o presente’ para Marq; problema resolvido, só faltava escolher o vestido para o jantar; isso seria fácil, pois recentemente ela já comprara alguns. Contudo, ela não se sentia em paz; sem trabalhar, aonde conseguiria R$ 4500,00 para comprar o vestido de noiva?

Dia seguinte, Dia dos Namorados.

Carol acordou e encontrou uma caixa imensa aos pés da cama com um envelope preto contrastando com o pacote. Ela examinou o embrulho por segundos enquanto organizava os pensamentos, então levantou, pegou o envelope e retirou o cartão.

Não resisti ao ver este vestido e ao imaginá-la usando-o, espero que não se importe.

Te pego às 5:00.

Te amo.

Marq.

Ela riu, balançou a cabeça e retirou a tampa. Embrulhado no papel de seda o vestido salmão de chiffon de um ombro deixou-a boquiaberta. Carol retirou-o da caixa e o estendeu sobre a cama; despiu o pijama e cuidadosamente deslizou o tecido por sobre seu corpo desfrutando cada toque do tecido em sua pele; era feito mãos a acariciar-lhe. O vestido chegava até o chão e cobria-lhe os pés.

Carol correu ao guarda-roupa e pegou as sandálias prateadas de salto, enfiou os pés nelas e mesmo sem abotoá-las correu ao espelho; a medida do vestido era perfeita, nem curto, nem longo demais; nem largo, nem apertado. Como ele conseguia? Ela sempre tinha dificuldade em comprar roupas mesmo experimentado-as e ele acertava as medidas dela em cheio.

O brilho das miçangas e dos cristais do cinto refletiu no espelho, Carol deslizou os dedos sobre elas. O cinto posicionado em local estratégico logo após o bustiê marcava o início do drapeado da saia. Ela virou de um lado a outro, fez caras e bocas, experimentou vários modelos de penteados e finalmente optou pelo cabelo preso.

Pela primeira vez Carol teve certeza que fez o certo ao comprar o relógio para Marq; a ideia de devolvê-lo à loja não lhe saía da cabeça e por várias ocasiões pegou o embrulho e ensaiou um discurso para o vendedor, mas depois de receber o vestido ela se deu conta, não seria um jantar comum em um restaurante mais comum ainda abarrotado de casais, claro que não. Marq odiava aglomerações e tudo para ele era em grande estilo e a primeira comemoração de Dia dos Namorados não seria diferente.

Depois de levar uma tremenda bronca da mãe por ter faltado à Faculdade, enfrentado horas em um cabeleireiro lotado, lá estava ela pronta, impecável dentro do vestido de festa e se equilibrando nos altos saltos da sandália.

A campainha tocou; Carol olhou no relógio, 5:00 horas em ponto, ela riu, retocou o batom, pegou a carteira, o presente de Marq e andou apressada à porta erguendo um pouco a barra do vestido para não tropeçar.

Ao abrir a porta se deparou com Marq vestido de terno cinza escuro, camisa branca, gravata preta e de boca aberta examinando-a dos pés à cabeça.

— Você está maravilhosa — ele pegou a mão dela, beijou, então tocou-lhe de leve os lábios.

— Porque o espanto; você já havia me imaginado vestida assim — ela riu.

— Você sempre supera minha imaginação — ele beijou-lhe a mão de novo — vamos? Temos um longo caminho a percorrer.

— Posso saber qual é a surpresa agora? — Carol se apoiou em Marq para descer os degraus, percorrer o caminho de ladrilho e entrar no carro.

— Não — ele fechou a porta, contornou o veículo e entrou — surpresa, se eu contar perderá a graça.

— Suponho que eu não preciso de passaporte para essa jornada, pois você não mencionou nada no cartão e eu não o trouxe comigo — Carol zombou dele.

Marq apenas riu e dirigiu em silêncio a alta velocidade por quase uma hora até pegar uma saída para estrada vicinal e contornar a colina por mais alguns minutos. Ele estacionou o carro em frente a uma construção que parecia abandonada, em ótimo estado, mas abandonada.

— Chegamos — Marq acariciou-lhe a face.

— Que lugar é esse? — Carol se preparou para descer, curiosa para ver onde estava.

Marq se apressou e antes que ela pudesse notar ele abriu a porta e estendeu a mão para ajudá-la a sair do carro — Você verá — ele a conduziu para dentro do imóvel todo iluminado por candelabros à vela até chegarem à outra porta — prepare-se para o maior espetáculo da natureza — ele abriu a porta balcão e a deixou caminhar sozinha.

Carol mordeu o canto dos lábios e deslizou até a mureta do mirante maravilhada com a beleza do lugar. As montanhas ao redor, o vale, o riacho metros abaixo, nuvens circundando as montanhas, quase tocáveis, e a luz alaranjada do por do sol ao tocar a vegetação refletida através das nuvens era um espetáculo a parte. Carol mal conseguia respirar diante daquele paraíso.

As mãos de Marq deslizaram pela cintura dela ao abraçá-la por trás; ela inclinou a cabeça e encostou-se ao peito dele puxando as mãos para frente e segurando-as apertado. Eles permaneceram em silêncio até o sol se esconder atrás das montanhas e dar lugar à noite.

— Jamais pensei assistir a tal espetáculo; foi maravilhoso, esse lugar é lindo — ela suspirou tentando conter as lágrimas de emoção.

Marq segurou-a pela cintura e a girou de frente para ele — nada comparado a sua beleza — os dedos frios percorreram-lhe a face, os olhos conectaram-se aos dela; ele se aproximou devagar, como se fosse a primeira vez, como se fosse o primeiro beijo.

Os lábios roçaram os dela; frios, firmes, fortes. Eles se moveram devagar a princípio, como se quisessem saborear cada milímetro de sua boca para então tomá-la de assalto; o beijo tornou-se ardente, urgente, apaixonado. As mãos percorram-lhe as costas e a puxaram para mais perto.

Carol ficou na ponta dos pés, deslizou as mãos por entre os fios de cabelo ainda úmidos e os segurou firme puxando-o cada vez mais contra ela. Os lábios de Marq deixaram sua boca e trilharam seu pescoço. Carol inclinou a cabeça para facilitar-lhe o acesso; a respiração se tornou forte, profunda e ela podia sentir o pulsar de cada vaso sanguíneo do seu corpo convidando-o a provar dela.

Os caninos de Marq deslizaram sobre a pele nua; a mão pressionava seu quadril contra o corpo forte e musculoso dele. Carol gemeu, respirou fundo e esperou pelo momento há meses aguardado e inevitável. Ela desejava aquela mordida tanto quanto ele.

O som da música romântica a desconcentrou. De onde vinha aquela melodia? Ela tentou concentrar-se nos caninos de Marq de novo, não queria perder nem um detalhe daquele momento tão... excitante, mas ao invés de sentir os caninos pressionarem e rasgarem a carne, ela sentiu os lábios dele tocarem de leve e deixarem um beijo no lugar da mordida.

— Nosso jantar está servido — ele falou; caninos ainda a mostra revelando o desejo dele pelo sangue dela e a dor ao privar-se de tamanha satisfação. Ela podia imaginar quão doloroso era para ele, pois ela estava em choque, o corpo dela protestava contra a quebra abrupta da conexão deles.

Marq a conduziu à mesa enfeitada por minirrosas vermelhas dispostas no vaso com um laço dourado. Ele puxou a cadeira, Carol se sentou e Marq se acomodou do outro lado da mesa, de frente para ela. Sobre o prato havia um estojo preto, ela o examinou e olhou para Marq.

— Feliz Dia dos Namorados — ele sorriu; revelou os caninos prontos a satisfazer-lhe o desejo; talvez ele não tenha mudado de ideia.

Carol abriu o estojo — é lindo, maravilhoso.

— Deixe-me ajudá-la — Marq levantou, se aproximou por trás, retirou o colar de ouro com o pingente de rubi e colocou-o no pescoço de Carol beijando-lhe a nuca.

— Obrigada — Carol pegou o embrulho enquanto Marq retornava à cadeira dele — esse é o seu presente, quando o vi na loja tive certeza que ele combinava com você.

Marq sorriu, pegou o pequeno pacote das mãos dela.

— Isso é tão injusto — ela protestou.

— O que? — ele se fez de desentendido.

— Você já sabe o que é.

— Não...

Carol o interrompeu — não precisa mentir para me deixar satisfeita.

— Eu sei o que é, mas não sei como é; isso será surpresa — ele acariciou-lhe a mão e então abriu o embrulho.

Os olhos de Marq se alargaram e brilharam quando ele retirou o relógio da caixa; o tique-taque e o movimento dos ponteiros pareceram deixá-lo em transe por décadas. Carol esperava ansiosa pelo pronunciamento do amado, é claro que ele diria que gostou, afinal Marq sempre foi um cavalheiro, mesmo assim ela queria ver a expressão em seu rosto ao comentar sobre a joia.

— Aonde você o comprou? — a expressão na face de Marq mostrava dor, sofrimento, angústia.

Ai meu Deus, fiz tudo errado mais uma vez; será que nunca acertarei?

— Na relojoaria do centro — ela gaguejou — se não gostou eu troco por outro, não tem problema.

— Ele é perfeito — Marq retornou o olhar ao relógio.

— Você só está sendo gentil, posso ver em seu rosto o descontentamento.

— Pelo contrário; estou admirado pela beleza da joia. Eu tive um relógio muito parecido com este há muito tempo, nem me lembrava mais. Eu o perdi, ou alguém roubou, não sei.

Carol respirou aliviada enquanto Marq examinava os detalhes do presente por mais alguns instantes. Finalmente ela conseguiu encontrar um objeto que agravada um vampiro secular milionário e deixava-o feliz. Mesmo com toda a atenção dele voltada para o objeto ela estava feliz, isso importava.

Após Marq ter se recuperado da primeira impressão do presente e ter se lembrado que ela ainda estava ali, eles jantaram, conversaram, Marq contou a estória do relógio antigo e das inúmeras aventuras envolvendo o artefato, eles tomaram vinho, celebraram o primeiro dia dos namorados juntos e fizeram um brinde ao amor eterno.

Todos os casais apaixonados brindavam ao amor eterno, contudo o caso deles era diferente, seria eterno mesmo, após o casamento Marq não teria escolha, a transformação de Carol seria inevitável e eles estariam ligados pelo resto da vida, ou morte.

Marq levantou, dirigindo à Carol a pegou pela mão e a puxou de encontro a ele já entrando no ritmo da música lenta. Carol encostou o rosto no peito dele e o deixou conduzi-la pelo terraço; horas haviam passado e agora o mirante era iluminado somente pelas estrelas naquela noite sem luar e as poucas velas que ainda resistiam ao vento frio.

Carol tremeu; Marq a puxou para mais perto, mas o corpo gélido de um vampiro não era o mais adequado nas noites frias. Ele deslizou as mãos por suas costas, enquanto uma a segurava junto dele, a outra erguia o queixo para encontrar aqueles lábios cheios de paixão. Marq jamais se deixou entregar totalmente, temia perder o controle como horas atrás, não fosse a música interrompê-los.

Naquela noite tudo parecia diferente, mágico, permitido. Ela podia sentir o desejo dele em prová-la e ela, por sua vez, disposta em dar-lhe o que ele sempre quis e nunca teve coragem de tomar.

Os lábios dele se separaram dos dela; Carol suspirou pronta a continuar de onde eles pararam, entretanto, Marq a segurou pelos ombros e a afastou um pouco mais — você congelará aqui, é melhor voltarmos — ele tirou o paletó e colocou-o sobre as costas dela.

— Eu estou bem — Carol tentou persuadi-lo em vão.

— Prometo voltar aqui em uma noite mais quente, não quero que fique doente — ele a puxou em direção à porta, parou próximo a mesa e pegou um buquê gigante de rosas vermelhas — não há nada no mundo que possa simbolizar o amor que sinto por você, essas rosas representam apenas uma pequena fração dele.

Carol pegou as flores e cheirou-as — elas são lindas, nunca vi rosas tão perfeitas — impossível resistir, Carol deslizou os dedos pelas flores, sentiu o toque suave, o aveludado das pétalas e a rigidez do espinho ao cortar-lhe o dedo indicador.

Ela gritou mais pelo susto do que pela dor e examinou o líquido vermelho vivo brotando e escorrendo pelo dedo. Ela engoliu seco e vagarosamente os olhos procuram por Marq. Ele permanecia parado a frente dela, o rosto transformado, os caninos a mostra, os olhos fixados em seu sangue.

O coração de Carol acelerou; ela segurou a respiração sentindo-se uma presa diante do predador pronto a dar o bote. Horas atrás ela sentia-se confiante e decidida, agora, olhando o predador de frente e tomando consciência da ferocidade dele, as pernas tremeram e o medo se apoderou.

Marq se aproximou e segurou-lhe o dedo tão rápido que Carol não teve tempo de gritar. Ele fechou os olhos e inalou o aroma do sangue; na mesma velocidade levou o dedo à boca e gemeu de satisfação.

Carol fechou os olhos; ela sentia os caninos fortes e pontiagudos ao redor do corte, prontos a rasgar-lhe a carne e sugar-lhe sangue. Marq sugou o sangue, ao invés de dor ela sentiu o dedo amortecer; ao menos seu predador não lhe causava sofrimento. Ela esperou pelo momento em que, insatisfeito, ele largarei seu pequeno dedo e se moveria para outra área de maior fluxo de sangue, como o pescoço.

Foi mais ou menos isso o que aconteceu; Marq soltou-lhe a mão; entretanto, ao invés de tomar-lhe o pescoço ele simplesmente... sumiu. Ela não podia mais sentir seu cheiro, seu toque, sua presença. Carol abriu os olhos, examinou o dedo, ele continuava intacto, Marq apenas sugou o sangue que havia saído do pequeno corte. Ela procurou pelo namorado, ele estava apoiado no parapeito do mirante.

— Marq? — ela se aproximou, não muito.

— Vou pedir para Amanda vir buscá-la — ele rosnou ainda escondendo o rosto dela.

— Não — ela foi firme — nós viemos juntos, voltaremos juntos.

— Estou perdendo o controle e não quero machucá-la.

— Eu pensei em dar meu sangue de presente, sabia que você não aceitaria então comprei o relógio. Venha — ela inclinou o pescoço, sabia que a veia pulsaria mais forte e chamaria a atenção dele — prove do meu sangue, isso deixará de torturá-lo.

Marq virou-se para ela, os olhos foram direto à veia pulsante — não enquanto você tiver medo.

— Não tenho medo — ela bateu sobre a veia para ingurgitá-la.

— Você diz isso porque não viu sua expressão. Prefiro pular nesse precipício a mordê-la agora.

Carol endireitou a cabeça e o examinou — tudo bem, vamos voltar para casa — ela se aproximou, segurou a mão dele e o guiou de volta ao carro.

Ele estava certo; Carol só queria mostrar-se forte, segura, decidida, no fundo o medo tornou-se tão paralisante que ela ficou incapaz de mover um músculo até para gritar. Ela estava pronta para o casamento, para a vida a dois, homem e mulher, mas ainda despreparada para a futura relação deles, vampiro e vampira.

Acompanhe a estória de Marq e Carol em Segredos de um Vampiro - Revelações e Revanche

Raphaela Mello











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