terça-feira, 26 de abril de 2016

Como escrever livros fantásticos

O mercado editorial brasileiro está aquecido, grandes editoras procuram autores nacionais, mas muitos escritores falham na busca por uma publicação. Porque isso ocorre se há o material e o interesse de editoras pelos escritores brasileiros?

Em primeiro devemos levar em conta a quantidade de originais que as editoras recebem todos os dias para avaliação e ter em mente que nosso texto será mais um entre dezenas de outros textos. O que fazer então para que o manuscrito receba a atenção do editor?

O livro deve convencer nas primeiras vinte linhas, caso contrário nem o editor nem o público continuarão a lê-lo. Muitos leitores desistem do livro no primeiro capítulo, alguns passam do segundo e poucos terminam o livro. Dentro dessas linhas o autor deve deixar claro o conflito ou incidente inicial (o que permanecerá na trama) e os protagonistas, nas próximas cinquenta linhas o conflito gerará a trama e o vilão aparecerá.

Antes de iniciar a escrita devemos ter alguns elementos em mente: a ideia central da história, quem é o personagem principal, objetivos desse personagem, quem ou o que se opõe a ele, quem é o vilão, como ele tenta impedir o personagem principal de alcançar seus objetivos.

Romances de sucesso são tocantes ao extremo, possuem personagens memoráveis, acontecimentos dramáticos e expressivos. A essência é o conflito: significativo, imediato, em larga escala, surpreendente, de difícil solução e que acontece com o personagem por quem temos empatia.

Outra questão de suma importância e que até mesmo escritores profissionais algumas vezes se perdem, é o ponto de vista. Muitos livros são recusados porque se o escritor não domina o ponto de vista e o texto torna-se confuso, de difícil compreensão. Por exemplo: Aninha caminha pela rua enquanto conversa com Paula (é uma cena), do ponto de vista de fora de Aninha pode-se descrever o ambiente dentro do alcance dos olhos dela, as expressões utilizadas por Paula, etc, mas não pode-se dizer o que acontece atrás dela (se ela não estiver olhando para trás), nem dizer “preocupada, Aninha enrugou a testa”, porque ela não pode ver a testa dela enrugada (a menos que esteja de frente para o espelho). Do ponto de vista interno, o escritor colocará os pensamentos e sentimentos de Aninha.

Para o ponto de vista de Paula, o autor começará outra cena, ele não pode dentro da mesma cena colocar os dois pontos de vista, isso gera muita confusão e derruba a qualidade do texto.

A utilização do ponto de vista correto garante mais de 50% de sucesso do livro.

Uma pergunta útil: o que o leitor deseja? A resposta: magia. Nos livros de ficção tudo é excepcional, os personagens, cenário, obstáculos para alcançar um fim excepcional. O personagem extremamente romântico, indeciso, cruel, o que troca de personalidade durante a trama (de mocinho para vilão ou vice-versa), os leitores devem ter empatia por eles, amá-los ou odiá-los.

É de suma importância o cuidado com a linguagem e as palavras utilizadas, pois algumas enfraquecem o texto como: os advérbios, os verbos dos cinco sentidos (ouvir, falar, sentir, cheirar, olhar), não, palavras terminadas em ndo, etc. A quantidade que cada palavra aparece na página também deve ser administrada, se aparecer duas ou mais vezes, pode-se substituir por sinônimos ou mudar a estrutura da frase.

Essas são apenas algumas dicas, diria até as principais, para quem escreve. Elas são úteis também na confecção de teses, cartas, etc. Escrever é uma arte e quem a domina se comunica com maior clareza e tem mais facilidade de alcançar os objetivos.

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